quarta-feira, 22 de abril de 2015


A “normalidade” da infidelidade


Tem-se a crença de que a infidelidade nos relacionamentos amorosos, na maioria das vezes, é masculina, porém nunca foi monopólio masculino. Existem sim, homens e mulheres que têm extrema dificuldade de estabelecer e manter um vínculo amoroso, de compromisso mais sólido, profundo e com fidelidade.
Quem se coloca na condição de infiel no relacionamento, eventualmente, está buscando preencher a de si mesmo(a). Procura um complemento da vida, alguém que possa compartilhar seus anseios, fantasiosos ou não. Estando esta pessoa continuamente nesta situação, de infiel, nunca acha o que procura, e torna-se eternamente insatisfeito(a). Os adeptos acham normal a infidelidade, faz parte do seu conceito de vida: “estou casado(a), comprometido(a), mas não estou morto(a)”. Falam do assunto de forma amena e trivial.

Cria-se aí a fantasia de que nada melhor que uma relação nova, ”onde tudo são flores”, sempre em busca da satisfação imediata dos desejos. Corromper o pacto de compromisso/fidelidade com o companheiro/a fica muito fácil e tranquilo, mesmo sendo às custas de machucar outras pessoas.
A infidelidade é vista, para muitas mulheres, de maneira na qual o envolvimento afetivo é que fala mais alto quando esta vai ao encontro de um relacionamento extraconjugal. Normalmente, o sexo ou a busca de um parceiro que possua um excelente desempenho sexual, não é bem o que interessa. Ou, não é só isto que basta. É preciso muito mais adjetivos. O gozo é uma vivência particular, que tem uma expressão subjetiva e profunda, diferentemente da objetividade do gozo masculino, ligado à ejaculação. A mulher, como está na maioria das vezes em contato com seus sentimentos e emoções, quando se apaixona por outro pode chegar a destruir relações ou magoar pessoas queridas e valiosas. Como justificativas de seus atos elas falam de falta de amor, falta de atenção, insatisfação, ‘ele não liga mais para mim’ e etc., etc., etc., tudo nesta linha de solicitação ou de insatisfação.

Já para muitos homens, a infidelidade é vista de forma diferente daquela vista pela mulher. O prazer ou gozo masculino está ligado à ejaculação, de uma forma concreta e explícita, de viver a sexualidade, sendo, mais ou menos, semelhante para todos os homens, de forma geral. A vivência de infidelidade, para ele, parece ser menos significativa emocionalmente, ou seja, tem menos importância do que para as mulheres. Muitos homens, quando possuem casamentos estáveis ou quando, por algum outro motivo, lhes convêm mantê-lo, mesmo se apaixonando por outra, tendem a querer manter o casamento e... a outra.
Os homens, na sua maioria, justificam, além dos mesmos motivos que as mulheres, outros como: natureza masculina, instinto, “aconteceu”, oportunidade, atração, desejo, vontade, tesão, “não resisti”. E por aí vai...

Hoje em dia, com a sexualidade explícita ganhando prestígio e um espaço cada vez maior na mídia, temos um contato diário com imagens que penetram na nossa vida e mente como se fosse algo natural. A excessiva cultura do corpo e sua maior exposição acentuam a filosofia de que “vale tudo” ou “tudo posso”. Tudo é permitido, até porque, “o que vale é o momento”, levando a uma banalização e vulgarização dos relacionamentos. Hoje temos uma modalidade de infidelidade que é chamada de “infidelidade virtual”, procedimento que tem levado a muitas brigas e rompimentos. A parafernália eletrônica tem facilitado muito a vida dos infiéis, são Facebook, e-mails, sms, sites de relacionamentos, de sexo, etc... que estão ali de fácil acesso, hoje com a tecnologia avançada tem-se até o WhatsApp ou Viber (são rápidos e gratuitos). O infiel justifica sempre suas horas intermináveis no computador e, claro, seu apego ao celular. Mente para si e para o companheiro/a de maneira deslavada!

É bom lembrar que o problema não está, na maioria das vezes, no(a) parceiro(a). A questão, geralmente, envolve uma baixa autoestima e uma boa dose de narcisismo da pessoa que está sempre na situação de infiel.
Para pessoas que se encontram nesta situação seria conveniente, humano e justo com seus companheiros(as), se pudessem saber o que estão buscando, o que querem compensar, preencher, enfim, qual sua dificuldade.
Será que não está na hora de sermos mais sinceros, transparentes e menos egoístas?

Um comentário:

  1. De ano para ano, o número de utilizadores dos sites de encontros tem crescido imenso. Porquê? Há várias vantagens que levam as pessoas a optar por este caminho. Deixo aqui um post se quiser ler caso queria saber mais sobre o assunto: http://www.estrategiadigital.pt/sites-de-relacionamentos-as-vantagens-que-conquistaram-os-brasileiros/

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