Será que estou deprimido?
O custo do sofrimento humano não pode ser avaliado, pois é uma doença que poucas pessoas conhecem e compreendem. É muito comum o depressivo ficar andando de médico em médico para ter um diagnóstico, isto porque ele sempre vai ao médico pelas dores físicas e não pelas emocionais. Muitas vezes por sentirem muitas dores no peito, vão ao cardiologista e por terem um diagnóstico de saúde no coração, eles não acreditam e vão de um a outro. As fantasias que se criam em um paciente depressivo vão de câncer a AIDS, aumentando cada vez mais seu sofrimento. Isto sem falar no sofrimento familiar que, por não conhecer a doença, muitas vezes acha que a pessoa está "com frescura", "chilique", podendo sair desta "fossa" sozinha, inclusive até mesmo o paciente começa a pensar assim muitas vezes, apenas postergando seu sofrimento.
Por que será que refutamos tanto a um tratamento? Seríamos nós tão capazes que não contrataríamos um engenheiro civil para construir um prédio? Poderíamos nós próprios cuidar de nossos dentes e não deixar o profissional dentista que é o capacitado para tal, fazê-lo?
No caso de doenças como depressão, por que não podemos procurar um psicólogo? Tá aí uma dúvida que me cerca há mais de 20 anos.
A maioria das pessoas com depressão não costuma pedir ajuda, o que leva a um maior sofrimento e aumento dos sintomas. E, sem tratamento adequado, os sintomas podem durar dias, semanas, meses e até anos. Estima-se que 8% das pessoas adultas sofram de um episódio depressivo uma vez na vida. Existem vários fatores que podem desencadear uma depressão, fatores estes biopsicossociais, tais como: pessoas com baixa auto-estima, que veem o mundo com pessimismo, que se abatem com o estresse, um falecimento importante, conflitos de relacionamentos, dificuldades financeiras, uma doença crônica.
O importante é ficar atenta às mudanças de humor e pedir ajuda. Não fique com seus sintomas sozinha.
Eis aqui alguns sintomas:
• tristeza persistente, ansiedade ou sensação de vazio;
• sentimento de desesperança, pessimismo, sentimento de culpa, inutilidade, desamparo;
• perda de interesse ou prazer em passatempos e atividades que anteriormente causavam prazer, incluindo atividade sexual;
• insônia, despertar matinal precoce ou sonolência excessiva;
• perda do apetite e/ou de peso, ou excesso de apetite e ganho de peso;
• diminuição da energia, fadiga, sensação de desânimo;
• ideias de morte ou suicídio, tentativas de suicídio;
• inquietação, irritabilidade;
• dificuldade para se concentrar, recordar e tomar decisões;
• sintomas físicos e persistentes que não respondem a tratamento, como por exemplo, dor de cabeça, digestiva, dor crônica etc.
O tratamento inicia-se com intervenções de um psicólogo e, caso necessário, será feita indicação de um médico psiquiatra que solicitará exames físicos e fará uma intervenção medicamentosa.
O que não se pode nem se deve é fazer a automedicação e o autodiagnóstico. O psicólogo ou um médico é quem deve nos orientar.
As intervenções são muito importantes para o paciente, como para a família, que passa a ter conhecimento da doença e formas de ajudá-lo.
Não fique desesperançado... os médicos, psicólogos certamente irão ajudar você, indicando quais caminhos você deverá seguir.
Deixemos nossa sabedoria para coisas que nos competem, é mais fácil!
Não desanime, procure ajuda. Caso conheça alguma pessoa com depressão, vamos lá, arregace suas mangas e incentive-a a procurar um psicólogo ou um médico psiquiatra.
Fazer o bem faz bem!
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